A infância e adolescência no interior de Minas
Um autêntico mineiro do interior. Assim começou a história de Marcio Lacerda, nascido em 1946 em Leopoldina e que viveu na infância e adolescência em Inhapim, Caratinga e Teófilo Otoni. Filho de Dona Bernardete, professora, e de “Seu” Lacerda, topógrafo, teve uma vida simples junto com seus irmãos e irmãs. Gostava de brincar na rua, jogar bola, pescar com o pai e prestar muita atenção na conversa dos adultos. Bom aluno, foi orador da sua turma na formatura do antigo ginasial. Também foi Presidente do Grêmio Estudantil e gostava de promover festas na escola e tinha um carinho especial em manter a biblioteca bem organizada, motivado pelo intenso gosto pela leitura.
Além disso, tinha uma característica muito peculiar: a curiosidade em aprender a fazer as coisas manuais. Não tinha vergonha de entrar em oficinas mecânicas, relojoarias, carpintarias e pedir ao dono para aprender como consertar as coisas. E não foram poucas as vezes em que subiu em um caminhão junto com outros trabalhadores do campo para ajudar na colheita do café da região onde morava. Amante da natureza, nadava nos rios, o que o levou a contrair esquistossomose, que o afastou da escola por dois anos.
Um jovem na luta por um pais mais digno e justo
Marcio Lacerda chegou em Belo Horizonte aos 17 anos, no início de 1963, para dar continuidade aos estudos. Passou nas duas provas mais concorridas da capital mineira na época: na Escola Técnica Federal, atual CEFET, e no Estadual Central. Optou pela primeira, onde se formou no curso de Eletrotécnica. Em 1965 conseguiu o seu primeiro emprego na Companhia Telefônica de Minas Gerais, que depois viria a se transformar na antiga Telemig. Neste trabalho, conheceu muitas cidades do Estado trabalhando na modernização do sistema de telefonia da época.
Paralelamente aos estudos, Marcio começou a se envolver também na política. Fazia parte do Centro Estudantil do CEFET, onde era diretor cultural. Neste período, militou no movimento secundarista, participando de eventos no interior do Estado e de congressos estudantis em Recife e Fortaleza. Após 1964, afastou-se da militância. Cursou infantaria no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva em 1966. No ano seguinte, no mês de julho, iniciou o curso de Administração de Empresas na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Já em 1968, com o endurecimento do regime, juntou-se ao movimento clandestino contra o sistema, o que o levou à prisão política entre 1969 e 1973. Após sair da prisão, retomou os estudos e concluiu o curso superior.
Na década de setenta surge o empreendedor
Depois de sair da prisão, Marcio conheceu Regina, psicóloga com quem se casou em 1974 e formou uma família com três filhos e atualmente cinco netos. Também tem quatro cachorros. Segundo ele, uma família “que só dá alegria”. Tentou por várias vezes voltar ao antigo emprego na Companhia Telefônica, mas foi impedido por causa da atuação política no passado. Trabalhou por quase dois anos em uma empresa de engenharia de telecomunicações e em 1975 tomou a iniciativa de se tornar um empreendedor.
Com menos de 30 anos de idade, fundou a Construtel, uma empresa no ramo de telecomunicações que mais tarde seria considerada a melhor do setor no país. Depois da Construtel, fundou outras empresas também no ramo de telecomunicações. As empresas se expandiram rapidamente e passaram a ter filiais em 16 estados brasileiros e também em outros países.
O empresário com responsabilidade social
Um dos motivos para o sucesso de Marcio na vida empresarial foi o relacionamento com os funcionários. Já na década de setenta, ele adotou nas empresas o conceito de Participação nos Lucros, um procedimento que somente veio a ser regulamentado no país em 2000. Outro exemplo de responsabilidade social e compromisso com os funcionários aconteceu no final dos anos 90, quando Marcio decidiu vender suas empresas. Na época, ele repartiu parte dos lucros da venda com os seus funcionários. A iniciativa surpreendeu os funcionários e até mereceu matéria especial da revista Carta Capital edição 24 de Maio de 2000 .
Marcio não se preocupou apenas com suas empresas. Interessado em contribuir com os rumos do país, principalmente na geração de emprego e renda e na modernização do setor de Telecomunicações, ele teve presença constante na direção de diversas entidades de classe. Na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), por exemplo, foi o responsável por ações de fortalecimento de setores produtivos no interior do Estado.
A entrada para a vida pública
Depois de mais de 25 anos dedicados à vida empresarial e à participação em entidades de classe, Marcio resolveu entrar para a vida pública. No início de 2003 foi convidado para ser Secretário Executivo do Ministério da Integração Nacional. Entre as várias atividades exercidas no Ministério, foi Presidente da CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. No Ministério, Marcio incentivou a implantação de diversos arranjos produtivos locais, muitos deles em Minas, principalmente nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
Em 2007, outra função de extrema relevância. Assumiu a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico em Minas Gerais, quando teve a oportunidade de viabilizar a atração de inúmeras empresas para o nosso Estado. Saiu em maio de 2008 para se candidatar à Prefeitura de Belo Horizonte Em ambos os cargos, Marcio teve a oportunidade de aprender muito sobre o Brasil e, principalmente, conhecer e ajudar Minas Gerais.
Na prefeitura de BH, o melhor prefeito do Brasil
A primeira experiência eleitoral de Marcio foi em 2008, quando disputou a Prefeitura de Belo Horizonte e venceu a eleição. A partir de 2009 o seu trabalho na capital mineira começou a conquistar projeção nacional. E já no primeiro mandato Marcio foi apontado por diversos institutos de pesquisa, entre eles o DataFolha e o Ibope, o melhor prefeito do Brasil. A reconhecida competência na iniciativa privada também foi levada para a gestão pública.
Entre as inúmeras realizações, Marcio fez um verdadeira revolução na educação em Belo Horizonte. Em 96 meses de mandato, Marcio construiu 95 escolas que serviram de modelo para o país. Depois de mais de 70 anos, Belo Horizonte ganhou um novo hospital municipal: o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, simplesmente o melhor hospital público do Brasil. A capital mineira também ganhou um revolucionário sistema de transporte público, o Move, que anda mais rápido do que carro. Enfim, na gestão de Marcio Belo Horizonte avançou em todas as áreas.
Um gestor reconhecido no Brasil e no mundo
A gestão de Marcio em Belo Horizonte ganhou um reconhecimento que extrapolou as fronteiras de Minas Gerais e do Brasil. Além de ter sido reeleito no primeiro turno para o seu segundo mandato em 2012, o reconhecimento pelo bom trabalho veio também através de dezenas de prêmios nacionais e internacionais que Belo Horizonte conquistou em todas as áreas da administração pública. Um dos prêmios que faz questão de destacar foi ter sido o único prefeito do Brasil a conquistar o prêmio de “Prefeito Amigo da Criança” na categoria Destaque Nacional em seus dois mandatos.
Durante a gestão de Marcio, foram desenvolvidas e aprimoradas políticas públicas de sucesso que, além de melhorar a qualidade de vida da população em Belo Horizonte, foram adotadas como modelo para outras cidades do Brasil e de outros países, o que levou Marcio a ser considerado também um dos melhores prefeitos do mundo.
Um municipalista na luta por cidades mais fortes
Como estudante, trabalhador, empresário e gestor público, Marcio sempre valorizou o associativismo, o trabalho coletivo. Foi líder de movimento estudantil, militante político, participou de entidades de classe e como prefeito mobilizou gestores públicos de todo o país para melhorar a qualidade de vida das pessoas através do fortalecimento das cidades.
De abril de 2015 a abril de 2017 foi Presidente da Frente Nacional de Prefeitos. A sua principal bandeira foi o fortalecimento das nossas cidades, com uma divisão mais justa e igualitária dos recursos arrecadados. Hoje, os municípios ficam com menos de 20% destes recursos e os outros 80% ficam com os Governos Federal e Estadual.
Um homem conhecido pela sua ética e integridade
Na iniciativa privada, um dos motivos do sucesso do empreendedor Marcio Lacerda foi o relacionamento com funcionários e colaboradores. O jeito simples e sincero de tratar as pessoas sempre foi uma marca registrada. E isso não mudou como gestor público. Na Prefeitura de Belo Horizonte Marcio adotou como um dos procedimentos prioritários a total transparência na gestão. Foram oito anos de gestão sem nenhum escândalo de corrupção.
Belo Horizonte foi uma das primeiras cidades do país a adotar a Lei da Transparência. Além disso, ampliou a auditoria, passou a fazer o acompanhamento da evolução patrimonial dos servidores e criou a Secretaria Especial de Prevenção à Corrupção. Na gestão de Marcio, de acordo com o Ranking da Controladoria Geral da União, na avaliação das prefeituras do país Belo Horizonte ficou em primeiro lugar no Ranking da Transparência, alcançando a nota máxima possível. Uma conquista de toda a população.